quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Uma Doce Lembraça!

Um pouquinho de nossa história, extraída do livro O Doce Brasileiro. Boa leitura!


Corria o ano de 1890. A sociedade brasileira, agitada, aprendia a conviver com o novo mundo aberto pela abolição da escravatura e pela recém nascida República.
O fim do regime trouxera pessoas de todas as partes do mundo, trabalhadores que vinham substituir a mão de obra africana. E assim o País se enriquecia com  novos costumes, tradição e hábitos. No campo e na cidade, aprendia-se a conviver com os imigrantes europeus.
Ao mesmo tempo, jovens de elite retornavam de seus estudos na Europa, novas idéias fervilhavam na antiga corte, ouvia-se falar até de movimentos de emancipação feminina. Enfim, ventos novos sopravam além-mar. E não eram só idéias, que aqui aportavam. Nos portos do Rio de Janeiro e de Santos desembarcavam a manteiga da Dinamarca, tecidos ingleses, porcelana francesa, queijo e farinha "do reino", como os brasileiros se referiam a sua antiga metrópole, onde, de fato, a monarquia continuaria a dominar por uns bons vinte anos.
Mas, aqui, a novíssima República estava efervescente. As cidades cresciam, a população aumentava, o governo adaptava-se às novas circunstâncias.
Em cidades maiores, como São Paulo e Rio de Janeiro, as linhas de bonde puxado a burro alongavam seu percurso, chegavam a regiões mais distantes do centro , facilitando a vida da população. Progresso e conservadorismo conviviam lado a lado. Para abastecer as casas, os aguadeiros passavam com suas carroças, trocando pipas vazias por outras, cheias de água limpinha. Mas as autoridades tomavam providências para melhorar o abastecimento. Em São Paulo, a Companhia Cantareira entregava à população a grande caixa dágua da Consolação que passou a alimentar chafarizes; no distrito da luz, começava a ser instalado o serviço de esgotos.
Pelas ruas, o pregão de vendedores de peixe, leite, frutas e jornais misturava-se ao ruído das carroças e dos animais. Nas praças e ruas movimentadas, junto a portas de teatros e igrejas, as negras alforriadas armavam seus tabuleiros para oferecer mugunzá, cuscuz, pamonha, paçoca e outras lambiscarias, era a cozinha ganhando rua, firmando a tradição, já presente, das múltiplas influências confluindo para um só destino: o amor brasileiro pelo doce.

Para entendermos o presente devemos conhecer o passado, muitas curiosidades nesse pedacinho de nossa história.

Um beijo!
Sandra Nunes

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